quarta-feira, 29 de junho de 2011

Para 73% das indústrias, política exterior negligencia exportadores


Florianópolis, 29.6.2011 - A política de comércio exterior vigente no Brasil não atende às necessidades e a expectativa de 73% das 118 empresas ouvidas pela Federação das Indústrias (FIESC) para a publicação "Diagnóstico do setor exportador de Santa Catarina", estudo que a Federação lançou nesta quarta-feira (29), com o apoio da Figwal Transportes Internacionais. Os empresários consultados destacaram que o setor exportador está sendo negligenciado com a sobrevalorização do real, que prejudica a produção destinada ao mercado externo e estimula a importação pelo Brasil.
s 20 setores que participaram do levantamento informaram que o câmbio limita as exportações e afeta a competitividade dos produtos de Santa Catarina no mercado externo. O segmento também chama atenção para problemas como a morosidade e burocracia nas operações de exportação. Os custos associados a esse processo aumentam ainda mais os já elevados custos para quem produz no Brasil, que são decorrentes principalmente da alta carga tributária e da infraestrutura logística considerada cara e ineficiente pelas empresas ouvidas.Na percepção dos industriais ouvidos para o estudo, os incentivos têm recaído sobre as exportações decommodities (produtos básicos, como grãos e minerais), hoje valorizadas no comércio internacional. "O trabalho deixa claro que o país carece de uma política de comércio exterior efetiva, que seja direcionada ao investimento produtivo com foco na exportação. O governo tem que investir em promoção comercial de forma mais agressiva, contemplando mercados mais atraentes para o Brasil. Tanto é que muitas das empresas consultadas consideram que caminhamos para um processo de desindustrialização", afirma o diretor de relações industriais e institucionais da FIESC, Henry Quaresma.Novos destinos: no cenário pós-crise, a busca por novos mercados para os produtos catarinenses deve se concentrar principalmente em países da América do Sul (29% das empresas ouvidas) e da África (15% das indústrias entrevistadas). O foco nos emergente se deve ao fato das exportações para estes destinos estarem crescendo num ritmo superior ao dos mercados tradicionais como Europa e América do Norte, que aparecem na terceira e quarta colocações, respectivamente. Apesar da busca por mercados alternativos, o destino dos produtos catarinenses a países europeus e à América do Norte continua sendo importante. Os dois tradicionais mercados mais a Argentina têm grande peso na pauta de exportação do estado.Em relação às expectativas para as vendas ao mercado externo em 2011, mais da metade das empresas ouvidas (56%) trabalham com a perspectiva de crescimento. Do total de indústrias que participaram da pesquisa, 25% apostam em incremento de até 10%, 22% acreditam em elevação de 11 a 30% e 5% contam com crescimento dos embarques superior a 50%. Quanto às consequências da recente crise, 19,5% das empresas afirmaram que sofreram diminuição das exportações, 13% tiveram redução no faturamento geral, 12% registraram queda na rentabilidade dos embarques.Sobre os obstáculos externos à exportação, os principais fatores apontados pelas companhias foram a concorrência internacional, a recessão em outros países, a falta de incentivos fiscais por parte do governo brasileiro e o custo do transporte internacional. Diagnóstico do setor exportador: O trabalho é realizado anualmente desde 1999 e tem o objetivo de acompanhar o desempenho do setor exportador do estado. Das 118 empresas que participaram da edição 2011 da pesquisa, 25% são de grande porte, 49% de médio porte, 20% de pequeno porte e 6% de micro porte. O documento está disponível para download no portal FIESCnet, menu publicações.


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